Quando o tempo esfria, a gripe volta a circular com força total — e, com ela, surge também uma dúvida muito comum: quem pode tomar a vacina da gripe?
A resposta é mais ampla do que muita gente imagina. Mesmo sendo uma doença comum, a gripe pode causar complicações sérias, principalmente em pessoas mais vulneráveis.
Por isso, entender quem deve se vacinar e por que essa proteção é tão importante pode fazer toda a diferença para sua saúde — e para a de todos ao seu redor.
Neste artigo, você vai descobrir tudo sobre a vacina da gripe: como ela funciona, quem tem direito à imunização gratuita, quais os principais benefícios e por que ela precisa ser atualizada todos os anos.
O que é a vacina da gripe e por que ela é tão importante?
A vacina da gripe, também conhecida como vacina contra o vírus influenza, é uma das principais ferramentas para reduzir infecções respiratórias graves.
Ela é formulada anualmente, com base nas cepas do vírus mais prováveis de circular durante a estação. Em outras palavras, ela é sempre atualizada para garantir proteção eficaz.
Em geral, existem dois tipos principais: a vacina trivalente, que protege contra três cepas do vírus (H1N1, H3N2 e uma linhagem do influenza B), e a quadrivalente, que oferece cobertura para uma linhagem adicional de influenza B.
Ou seja, a cada ano, os pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) analisam os vírus em circulação e indicam quais cepas devem ser incluídas na nova vacina.
A Fiocruz também destaca que, ao receber a vacina, seu corpo passa a produzir anticorpos específicos, prontos para reagir caso você entre em contato com o vírus.
Quem pode e quem deve tomar a vacina da gripe
Basicamente, qualquer pessoa a partir dos seis meses de idade pode se vacinar. No entanto, o Ministério da Saúde prioriza determinados grupos, justamente porque estão mais vulneráveis às complicações da gripe.
Esses grupos incluem:
Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
Gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto)
Idosos com 60 anos ou mais
Profissionais da saúde e da educação
Povos indígenas
Pessoas com comorbidades ou doenças crônicas
Pessoas com deficiência permanente
Profissionais das forças armadas, de segurança e de salvamento
População privada de liberdade
Durante a campanha anual, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente para esses grupos. Porém, quem está fora dessa lista também pode – e deve – se vacinar, procurando clínicas particulares.
Por que a vacina da gripe muda todos os anos?
Talvez você já tenha ouvido a seguinte pergunta: “Mas se eu tomei a vacina no ano passado, preciso mesmo tomar de novo?” A resposta é sim. E há um bom motivo para isso.
O vírus influenza muda constantemente. Ele sofre mutações frequentes, o que faz com que os anticorpos de uma vacina antiga não sejam tão eficazes contra as novas versões do vírus.
Por isso, a cada ano, a composição da vacina é revista e adaptada. A OMS lidera esse processo, acompanhando as cepas que estão circulando no mundo.
Portanto, mesmo que você tenha se vacinado no último outono, é fundamental se proteger novamente.
Quais são os principais benefícios da vacina da gripe?
Você já sabe que a vacina é importante, mas talvez não tenha ideia do quanto ela pode te proteger. Vamos te mostrar agora, de forma clara e objetiva, por que vale a pena se vacinar.
1. Menor risco de complicações
A gripe pode evoluir rapidamente para quadros graves, como pneumonia, bronquite ou até insuficiência respiratória.
Ao se vacinar, você reduz significativamente esse risco. De acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), a vacina pode diminuir em até 60% as chances de adoecer.
2. Redução nas internações e mortes
Entre os idosos e pessoas com doenças crônicas, a gripe é uma das principais causas de internações por doenças respiratórias.
Vacinar-se, portanto, é uma forma direta de salvar vidas. Dados do Ministério da Saúde mostram que, quando a cobertura vacinal é baixa, os casos graves disparam.
3. Proteção para quem está ao seu redor
Mesmo que você seja saudável, pode transmitir o vírus para pessoas mais vulneráveis. Assim, ao se vacinar, você ajuda a proteger familiares, amigos e colegas de trabalho.
Essa proteção coletiva é conhecida como imunidade de rebanho, e é fundamental para controlar surtos.
4. Menos faltas no trabalho ou na escola
A gripe derruba. Quem já teve sabe. Com a vacinação, as chances de faltar compromissos importantes diminuem. Ou seja, você mantém sua rotina com mais tranquilidade e evita prejuízos causados por dias de cama.
Efeitos colaterais: o que esperar após a vacina
Como toda vacina, a da gripe também pode provocar algumas reações leves. No entanto, esses efeitos costumam durar apenas um ou dois dias. Veja os sintomas mais comuns:
Dor ou inchaço no local da aplicação
Febre baixa
Cansaço leve
Dor de cabeça
A SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) reforça que esses efeitos são passageiros e, em geral, indicam que o corpo está criando imunidade. Reações graves são extremamente raras.
Gripe e Covid-19: posso tomar as vacinas juntas?
Sim, pode! E mais: você deve considerar essa possibilidade. Desde 2022, o Ministério da Saúde autorizou a aplicação simultânea das vacinas contra gripe e Covid-19.
Isso porque ambas são inativadas, ou seja, não contêm vírus vivos, e não interferem uma na outra.
Portanto, se você estiver no posto de saúde e tiver a oportunidade de tomar as duas vacinas, aproveite. É uma forma prática de garantir proteção completa.
Estou gripado: posso me vacinar mesmo assim?
Depende da intensidade dos sintomas. Se você estiver com sintomas leves, como coriza ou dor de garganta, e sem febre, pode sim tomar a vacina. Por outro lado, se tiver febre alta ou estiver muito debilitado, o ideal é esperar a recuperação.
Lembre-se: vacinar-se enquanto está muito doente pode dificultar o diagnóstico, caso haja alguma reação pós-vacina.
Vacina da gripe causa gripe?
Definitivamente não. A vacina da gripe não contém vírus vivo. Ela é composta por vírus inativados ou fragmentos, que são incapazes de causar a doença.
Se alguém adoece logo após a vacinação, é porque já estava incubando o vírus ou se contaminou por outro agente respiratório, como o rinovírus.
Campanha nacional de vacinação: como funciona
Todos os anos, entre março e maio, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Durante esse período, os grupos prioritários são convocados a se vacinar nos postos de saúde.
Além disso, muitas cidades realizam o chamado “Dia D”, com ações em escolas, feiras e centros comunitários. Para saber as datas exatas, vale acompanhar os canais oficiais do Ministério da Saúde.
Vacina da gripe protege contra o resfriado comum?
Essa é uma dúvida frequente. A resposta é não. O resfriado é causado por outros vírus, como o rinovírus, e costuma provocar sintomas mais leves. Já a gripe é causada pelo influenza, e pode ser muito mais agressiva.
Portanto, mesmo vacinado contra a gripe, você ainda pode ter resfriados. Mas com certeza, a vacina ajuda – e muito – a evitar problemas mais sérios.
Por quanto tempo a vacina oferece proteção?
A proteção oferecida pela vacina dura de seis a doze meses. Por isso, é fundamental repetir a dose todos os anos. Mesmo que você não tenha adoecido no ano anterior, o vírus muda, e sua imunidade também precisa ser atualizada.
Saiba mais como se proteger de gripes e resfriados em: Xô, influenza! 5 passos para evitar a gripe neste inverno
FAQ – Perguntas frequentes sobre a vacina da gripe
1. A vacina é gratuita para todos?
Ela é gratuita para os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Quem estiver fora desses grupos pode tomar a vacina em clínicas privadas.
2. Quem não deve se vacinar?
Pessoas com alergia severa a componentes da vacina, especialmente proteína do ovo, devem consultar um médico antes de se vacinar.
3. Preciso vacinar todo ano, mesmo sem ficar doente?
Sim. A vacina é atualizada anualmente para acompanhar as mutações do vírus.
4. Posso tomar outras vacinas no mesmo dia?
Sim. Inclusive, é recomendado tomar a vacina da gripe junto com a da Covid-19, se ambas estiverem disponíveis.
5. A vacina realmente funciona?
Sim. Diversos estudos demonstram sua eficácia na redução de hospitalizações e mortes, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.
Conclusão
Vacinar-se contra a gripe é mais do que um cuidado pessoal — é um ato de responsabilidade coletiva. A cada nova temporada, o vírus retorna com novas cepas, mas a vacina nos permite enfrentá-lo com mais segurança.
Portanto, se você ainda não se vacinou neste ano, não perca tempo. Procure o posto de saúde mais próximo ou uma clínica particular.
Lembre-se: com um simples gesto, você pode proteger não só a si mesmo, mas também quem está ao seu redor.