Você sabia que 80% das pessoas sexualmente ativas terão contato com o papilomavírus humano (HPV) em algum momento da vida?
Essa estatística impressionante mostra o quão comum é a infecção pelo HPV e sua forte relação com o câncer cervical, um dos mais frequentes entre as mulheres, especialmente em países em desenvolvimento.
Os tipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero.
A boa notícia é que a vacina contra HPV pode reduzir drasticamente esse risco, prevenindo a infecção e evitando sua progressão para o câncer.
A imunização contra HPV é mais eficaz se feita antes da vida sexual. Quanto mais pessoas se vacinarem, menores serão as taxas da doença.
Vamos entender melhor?
O que é o HPV e como ele causa câncer cervical?
O HPV (papilomavírus humano) é um vírus sexualmente transmissível, com mais de 200 tipos identificados.
Desses, 13 estão diretamente ligados ao desenvolvimento de câncer.

A maioria das infecções pelo HPV é assintomática e desaparece espontaneamente.
No entanto, algumas infecções persistentes por tipos de alto risco, como o 16 e o 18, podem causar lesões precancerosas no colo do útero.
Se essas lesões não forem detectadas e tratadas, podem evoluir para câncer ao longo de anos ou até décadas.
Além do câncer cervical, o HPV também pode causar:
🔹 Verrugas genitais
🔹 Câncer de ânus, pênis, boca e garganta
Por isso, além da vacinação, exames preventivos como o Papanicolau são essenciais para detectar alterações precoces.
Vacina contra HPV: proteção para homens e mulheres
A vacinação contra o HPV foi um dos maiores avanços na prevenção do câncer cervical. Além disso, protege contra outras doenças associadas ao HPV, beneficiando tanto mulheres quanto homens.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
Além desse público alvo, pessoas com HIV, transplantadas e pacientes oncológicos também podem receber a vacina até os 45 anos.
Câncer cervical: estatísticas alarmantes
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, entre 2023 e 2025, o Brasil terá 17.010 novos casos de câncer cervical por ano. Isso corresponde a uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos por cada 100 mil mulheres.
Por isso a vacinação contra o HPV é tão importante na luta contra este tipo de câncer. Ela pode diminuir em até 80% o risco de novas lesões em mulheres jovens.
E mesmo que a taxa de infecção pelo HPV seja alta, a vacinação ajuda a reduzir o risco de câncer cervical a longo prazo.
Vacinação HPV no Sistema Único de Saúde (SUS)
A vacinação contra o HPV foi um dos maiores avanços na prevenção do câncer cervical e contra outras doenças associadas ao HPV, beneficiando tanto mulheres quanto homens.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente para meninos e meninas de 9 a 14 anos.

Essa é a faixa etária ideal, pois o sistema imunológico responde melhor, garantindo proteção duradoura.
Além disso, pessoas com HIV, transplantadas e pacientes oncológicos também podem receber a vacina até os 45 anos.
Quantas doses da vacina contra HPV são necessárias?
1. Crianças e adolescentes (9 a 14 anos): 1 dose *(novo esquema do SUS)
2. Pessoas com 15 anos ou mais: 3 doses (0, 2 e 6 meses)
3. Imunocomprometidos: 3 doses (0, 2 e 6 meses)
A vacina disponível no Brasil é a quadrivalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.
Já a versão nonavalente (HPV9), disponível em clínicas privadas, amplia a proteção para 90% dos casos de câncer cervical.
*A partir de abril de 2024 o Ministério da Saúde adotou o esquema de vacinação em dose única contra o HPV para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.
Vacina contra HPV para Adultos: Vale a Pena Tomar?
A vacina contra o HPV é amplamente recomendada para crianças e adolescentes, mas será que vale a pena tomá-la na vida adulta?
A resposta é sim! Embora a eficácia seja maior quando aplicada antes do início da vida sexual, a imunização continua trazendo benefícios para adultos, ajudando a reduzir os riscos de câncer e outras complicações associadas ao vírus.
Ela é aprovada para pessoas de 9 a 45 anos, sendo recomendada especialmente para quem não completou o esquema vacinal na adolescência.
A imunização na fase adulta:
1. Reduz o risco de câncer causado pelos tipos 16 e 18 do HPV (responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero).
2. Protege contra verrugas genitais, comuns em homens e mulheres.
3. Ajuda a evitar a transmissão do vírus, protegendo também parceiros(as) sexuais.
4. Reforça a imunidade mesmo para quem já teve contato com o HPV, prevenindo novas infecções por outros subtipos.
Possíveis efeitos colaterais da vacina HPV
Os efeitos colaterais da vacina HPV são geralmente leves e duram pouco tempo.
A dor no local da injeção, febre leve e dor de cabeça são os sintomas mais comuns. Muitos estudos mostram que a vacina é segura e não causa doenças autoimunes.
Alguns efeitos adversos devem ser observados de perto. As reações mais comuns incluem:
- Vermelhidão e inchaço no local da injeção
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
Outras reações comuns podem ser:
- Erupção cutânea
- Coceira
- Náuseas e vômito
- Febre
O acompanhamento pós-vacinação ajuda a identificar rapidamente reações adversas. Assim, a segurança da vacina é assegurada.
Benefícios da vacina contra HPV
A vacina contra HPV traz muitos benefícios para a saúde das mulheres. Ela não só protege contra o câncer cervical como também ajuda a prevenir câncer anal e lesões precoces.
Com a vacina, a incidência de infecções por HPV diminui muito, chegando a 80% menos em lugares com boa cobertura vacinal.
As versões da vacina também são muito importantes. A quadrivalente (HPV4) protege contra quatro subtipos. Já a nonavalente (HPV9) protege contra nove.
Isso aumenta a proteção contra o câncer cervical de 70% para 90%.
Incluindo:
- Redução do risco de câncer cervical e outras doenças ligadas ao HPV.
- Diminuição dos tratamentos necessários, aliviando a carga econômica sobre o sistema de saúde.
- Prevenção de doenças associadas ao HPV, proporcionando uma melhor qualidade de vida.
- Promoção da saúde feminina ao imunizar jovens contra doenças potencialmente fatais.
Desmistificando mitos sobre a vacina contra HPV
Muitas dúvidas ainda cercam a vacinação contra o HPV. Aqui estão alguns mitos e verdades:
- “A vacina incentiva a sexualidade precoce” → Mito! Estudos mostram que a vacinação não interfere no comportamento sexual.
- “A vacina pode causar efeitos colaterais graves” → Mito! Os efeitos mais comuns são leves, como dor no local da aplicação, febre baixa e dor de cabeça.
- “Já tive HPV, então não preciso da vacina” → Mito! A vacina ainda pode proteger contra outros tipos do vírus.
Importância do exame de Papanicolau mesmo após a vacinação
Mesmo quem recebeu a vacina deve continuar fazendo exames preventivos, como o Papanicolau. Isso porque a vacina não protege contra todos os tipos de HPV oncogênicos.
O exame detecta lesões pré-cancerosas, permitindo tratamento precoce e evitando a progressão para o câncer.
💡 Dica: O exame Papanicolau deve ser feito a cada 3 anos, a partir dos 25 anos.
Leia também: Exame de Papanicolau: Prevenção do Câncer de Colo de Útero
Conclusão
A vacina contra HPV introduzida no Brasil em 2014 pelo SUS é um grande avanço na prevenção do câncer cervical.
Desde então, mostrou-se muito eficaz, com uma proteção de 70% a 90% contra lesões que podem levar ao câncer.
Disponível gratuitamente no SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos, ela pode reduzir drasticamente a incidência da doença.
No entanto, a cobertura vacinal ainda é baixa, especialmente entre os meninos.
Campanhas de conscientização são essenciais para aumentar a adesão e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.
👉 Vacine-se e incentive a vacinação! A prevenção é a melhor forma no combate ao câncer.
Perguntas e respostas mais comuns:
FAQ
O que é a vacina contra HPV?
A vacina contra HPV é uma forma de proteção contra o papilomavírus humano. Ela ajuda a prevenir câncer cervical e outras doenças relacionadas ao HPV.
Qual a importância da vacina na prevenção do câncer cervical?
A vacina HPV é essencial na prevenção com estudos comprovando sua capacidade de reduzir o câncer cervical em até 90%.
Quem deve tomar a vacina contra HPV?
Meninas e meninos de 9 a 14 anos devem tomar a vacina pelo SUS. Adultos até 45 anos podem receber a vacina em clínicas privadas.
Quando é recomendado iniciar a vacinação contra HPV?
A vacinação deve começar entre 9 e 14 anos. Isso ajuda a criar uma boa defesa imunológica antes da vida sexual ativa.
Quantas doses são necessárias para a vacina HPV?
Para adolescentes (9-14 anos), uma dose basta. Para maiores de 15 anos, três doses são recomendadas.
Quais são os efeitos colaterais comuns da vacina contra HPV?
A vacina é segura e bem tolerada os efeitos são geralmente leves e duram pouco. Pode causar dor no local da injeção, febre leve e dor de cabeça.
A vacina contra HPV protege contra todos os tipos de HPV?
Não. A versão quadrivalente protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18. Já a nonavalente cobre nove tipos do vírus.
É verdade que a vacina contra HPV incentiva a sexualidade precoce?
Não, isso é um mito. A vacina visa proteção antes da atividade sexual e não incentivar a sexualidade precoce.
Quais são os benefícios da vacinação contra HPV?
A vacina HPV reduz o risco de câncer cervical e outras doenças do HPV. Ela também melhora a saúde pública e a qualidade de vida das próximas gerações.
Onde posso receber a vacina contra HPV no Brasil?
A vacina está disponível nos postos de saúde do SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos.