Em fevereiro de 2024, a vacina contra a dengue passou a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação, marcando um avanço importante na saúde pública do Brasil.
A dengue é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas todos os anos. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a doença pode causar sintomas leves ou evoluir para formas graves, como a dengue hemorrágica.
Com o aumento dos casos, a vacina contra a dengue surge uma nova esperança na prevenção e controle dessa doença.
Mas será que todo mundo pode tomar essa vacina? Ela está disponível no SUS? E como funciona exatamente?
Neste artigo, exploramos todos os aspectos relevantes sobre a vacina da dengue, desde sua eficácia e segurança até as últimas atualizações e recomendações.
O que é a Dengue?
A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada e é mais ativo durante o dia.

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Este vírus é responsável por infecções que podem variar desde formas leves até quadros severos, podendo levar à morte se não forem adequadamente tratados.
Seus sintomas costumam aparecer entre quatro e dez dias após a picada do mosquito, e incluem febre alta, dores musculares e articulares, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, e, em casos mais graves, sangramentos.
A forma de contágio da dengue ocorre quando um mosquito infectado pica uma pessoa, introduzindo os vírus da dengue na corrente sanguínea. Após um período de incubação, a pessoa torna-se, então, uma nova fonte de infecção, na qual outros mosquitos, ao picar, podem se infectar e continuar o ciclo de transmissão.
Essa dinâmica torna a dengue uma questão de saúde pública de relevância significativa, visto que as epidemias frequentemente ocorrem em ciclos, podendo afetar milhares de pessoas em regiões endêmicas.
Saiba mais em: Dengue: Sintomas, Tratamento e Prevenção
O que é a vacina contra a dengue?
A vacina contra a dengue é uma forma de imunização desenvolvida para reduzir o risco de infecção pelos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Atualmente, existem duas vacinas aprovadas no Brasil:
1. Qdenga (TAK-003) – Produzida pelo laboratório Takeda, essa é a vacina mais recente e já está sendo aplicada na rede pública e privada.
2. Dengvaxia (CYD-TDV) – Desenvolvida pelo laboratório Sanofi Pasteur, essa vacina foi aprovada primeiro, mas tem restrições de uso.
Ambas têm eficácia comprovada e ajudam a reduzir os casos graves da doença, diminuindo a sobrecarga nos hospitais e o risco de complicações.
Como funciona a vacina contra a dengue?
As vacinas contra a dengue funcionam estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater o vírus. Cada vacina tem um mecanismo de ação diferente:
- Qdenga (TAK-003): Contém um vírus vivo atenuado da dengue tipo 2, que serve como base para a imunização contra os quatro sorotipos. Essa abordagem ajuda o corpo a desenvolver uma resposta imune eficaz.
- Dengvaxia (CYD-TDV): Usa uma combinação de vírus vivos atenuados da dengue e um vírus da febre amarela modificado para criar proteção.
Ambas as vacinas são aplicadas em duas doses, com um intervalo específico entre elas. A proteção começa a se desenvolver semanas após a primeira dose, atingindo seu pico após a segunda.
Quem pode tomar a vacina contra a dengue?
A elegibilidade para a vacina depende de alguns fatores, como idade e histórico de infecção. Veja as recomendações para cada vacina:
- Qdenga: Autorizada para pessoas entre 4 e 60 anos, independentemente de já terem tido dengue antes.
- Dengvaxia: Indicada apenas para pessoas entre 9 e 45 anos que já tiveram dengue comprovada por exame. Isso porque estudos mostraram que quem nunca teve dengue e recebe essa vacina pode ter risco aumentado de desenvolver a forma grave da doença.
Ou seja, enquanto a Qdenga pode ser aplicada sem necessidade de exame prévio, a Dengvaxia exige um teste sorológico para garantir que a pessoa já teve contato com o vírus.
A vacina contra a dengue está disponível no SUS?
Sim! A vacina Qdenga começou a ser distribuída pelo SUS em 2024, mas a aplicação está sendo feita de forma escalonada, priorizando grupos específicos.
Inicialmente, o governo está vacinando crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, pois essa faixa etária apresenta maior risco de hospitalização por dengue. A expectativa é que a cobertura vacinal aumente gradualmente, dependendo da disponibilidade das doses.
Já a vacina Dengvaxia nunca foi incorporada ao SUS, justamente por suas restrições de uso.
Na rede privada, ambas as vacinas estão disponíveis, mas com valores que podem variar.
Qual é o preço da vacina contra a dengue?
Os preços da vacina contra a dengue variam de acordo com a clínica e a região. No mercado privado, a Qdenga custa entre R$ 300 e R$ 500 por dose, e como são necessárias duas doses, o valor total pode ficar entre R$ 600 e R$ 1.000.
Já a Dengvaxia, devido às restrições, tem menos demanda e pode ser encontrada em alguns locais com valores semelhantes.
É importante lembrar que muitas operadoras de planos de saúde cobrem a vacina, dependendo do contrato.
Efeitos colaterais da vacina contra a dengue
Assim como qualquer vacina, a imunização contra a dengue pode causar alguns efeitos colaterais leves e temporários. Os mais comuns são:
- Dor no local da aplicação
- Vermelhidão e inchaço no braço
- Febre baixa
- Cansaço e dor de cabeça
Esses sintomas costumam desaparecer em poucos dias. Reações graves são raras, mas caso ocorram, é importante buscar atendimento médico imediatamente.
Vacina contra a dengue funciona mesmo?
Sim! Estudos mostram que a vacina Qdenga tem eficácia geral de 80,2% na prevenção da dengue e reduz 90% dos casos graves.
Isso significa que, mesmo que uma pessoa vacinada pegue dengue, as chances de desenvolver complicações são muito menores.
Já a Dengvaxia apresenta eficácia média de 65% a 80%, mas com a restrição de só poder ser usada por quem já teve dengue antes.
Ou seja, a vacina não elimina completamente o risco de infecção, mas reduz significativamente a gravidade da doença, diminuindo internações e mortes.
Quem não pode tomar a vacina contra a dengue?
Nem todo mundo pode receber a vacina. Algumas restrições incluem:
1. Pessoas com alergia grave a qualquer componente da vacina
2. Mulheres grávidas ou amamentando (a menos que recomendado pelo médico)
3. Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes em tratamento contra câncer
4. Quem está com febre alta ou infecção ativa deve adiar a vacinação até a recuperação
Se houver dúvidas, o ideal é consultar um médico antes de tomar a vacina.
Outras formas de prevenção contra a dengue
Mesmo com a vacina, a melhor forma de evitar a dengue continua sendo a eliminação dos focos do mosquito. Algumas medidas essenciais incluem:
- Não deixar água parada em recipientes, pneus e vasos de plantas
- Manter caixas d’água e tonéis sempre tampados
- Usar repelentes e telas de proteção nas janelas
- Aplicar larvicidas em locais de risco
A vacinação é um grande avanço, mas o combate ao mosquito ainda é essencial para reduzir os casos da doença.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre a Vacina contra a Dengue
1. Quem pode tomar a vacina da dengue?
A vacina Qdenga pode ser tomada por pessoas de 4 a 60 anos, enquanto a Dengvaxia é indicada apenas para quem já teve dengue e tem entre 9 e 45 anos.
2. Tem vacina contra a dengue no SUS?
Sim! O SUS está oferecendo a vacina Qdenga para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em algumas cidades, com expansão gradual.
3. Qual o valor da vacina contra a dengue?
Na rede privada, a vacina custa entre R$ 300 e R$ 500 por dose, sendo necessárias duas doses para a imunização completa.
4. Como funciona a vacina contra a dengue?
A vacina estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra os quatro tipos de vírus da dengue, reduzindo as chances de infecção e casos graves.
Apesar da chegada da vacina, a forma mais eficaz de prevenir a dengue e outras arboviroses, como chikungunya e Zika, ainda é o controle do mosquito Aedes aegypti, tanto por meio de ações coordenadas de manejo de vetores quanto pela prevenção individual dentro dos domicílios.
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