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Tuberculose: Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção

Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa que acompanha a humanidade há séculos, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar dos avanços na medicina, ela continua sendo um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em países em desenvolvimento.

Neste artigo, vamos explorar detalhadamente o que é a tuberculose, suas causas, formas de transmissão, perigos associados, opções de tratamento e medidas de prevenção.

 

O Que Leva Uma Pessoa a Ter Tuberculose?

Primeiramente, é fundamental entender que uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, em homenagem ao cientista Robert Koch, que a identificou em 1882, causa a tuberculose.

Mas, afinal, o que faz com que essa bactéria encontre morada em nosso organismo e cause a doença?

Bem, a verdade é que todos nós estamos suscetíveis a entrar em contato com este bacilo em algum momento da vida. No entanto, nem sempre esse contato leva ao desenvolvimento da doença ativa.

Nosso sistema imunológico, quando forte e saudável, geralmente consegue controlar a infecção, mantendo a bactéria em estado latente. Isso significa que a pessoa está infectada, mas não apresenta sintomas e não transmite a doença.

Contudo, algumas situações podem enfraquecer o sistema imunológico, abrindo caminho para que o bacilo latente se multiplique e cause a tuberculose ativa.

 

Fatores de risco:

1. Infecção pelo HIV: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) ataca o sistema imunológico, tornando o organismo muito mais vulnerável a diversas infecções, incluindo a tuberculose.

2. Desnutrição: Uma alimentação inadequada e a falta de nutrientes essenciais comprometem a capacidade do corpo de se defender contra infecções.

3. Diabetes: Pessoas com diabetes, especialmente quando não controlada, podem ter o sistema imunológico enfraquecido.

4. Uso de medicamentos imunossupressores: Alguns tratamentos médicos, como aqueles utilizados em casos de transplante de órgãos ou doenças autoimunes, podem suprimir o sistema imunológico, aumentando o risco de desenvolver tuberculose ativa.

5. Tabagismo: O cigarro causa danos aos pulmões e também prejudica a função do sistema imunológico, elevando a suscetibilidade à tuberculose.

6. Alcoolismo: O consumo excessivo de álcool também pode enfraquecer o sistema imunológico e aumentar o risco de desenvolver a doença.

7. Condições de vida precárias: Aglomerações, má ventilação e falta de higiene podem facilitar a disseminação do bacilo e aumentar a exposição.

Além disso, bebês e crianças pequenas também são mais vulneráveis a desenvolver a forma ativa da doença após a infecção, pois seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Idosos e pessoas com outras comorbidades também podem apresentar maior risco.

 

Como é feito o diagnóstico da Tuberculose

O diagnóstico envolve diferentes exames clínicos, laboratoriais e de imagem. A escolha do exame depende da suspeita clínica, do local afetado e da disponibilidade dos testes.

Veja os principais métodos utilizados para diagnosticá-la:

1. Exame Clínico e Histórico do Paciente

O primeiro passo no diagnóstico da tuberculose é uma avaliação médica detalhada. O profissional de saúde analisa os sintomas apresentados, como:

  • Tosse persistente por mais de três semanas

  • Febre baixa, principalmente no final da tarde

  • Suor noturno excessivo

  • Perda de peso inexplicável

  • Cansaço e fadiga constante

Além disso, o médico investiga fatores de risco, como contato com pessoas infectadas, histórico de tuberculose na família, presença de HIV, uso de imunossupressores e condições de vida do paciente.

 

2. Exames Laboratoriais para Diagnóstico da Tuberculose Pulmonar

Baciloscopia do Escarro

A baciloscopia é um exame simples e barato, muito utilizado em unidades de saúde para diagnosticar tuberculose pulmonar.

O paciente fornece amostras de escarro (catarro), que são analisadas em microscópio para verificar a presença do bacilo de Koch. Esse exame é rápido, mas pode não detectar a doença em casos de baixa carga bacteriana.

Cultura para Mycobacterium tuberculosis

A cultura é um exame mais sensível do que a baciloscopia e pode detectar a bactéria mesmo em pequenas quantidades. A amostra de escarro ou de outro material biológico é colocada em um meio de cultura específico para o crescimento do bacilo de Koch. O resultado pode levar de 4 a 8 semanas, pois a bactéria cresce lentamente.

Teste Rápido Molecular (GeneXpert MTB/RIF)

Esse exame revolucionou o diagnóstico da tuberculose. Ele detecta a presença do DNA do Mycobacterium tuberculosis em menos de 2 horas e também identifica se a bactéria é resistente à rifampicina, um dos principais antibióticos usados no tratamento. O teste pode ser feito com amostras de escarro, líquido pleural e outros tecidos.

 

3. Exames para Tuberculose Latente

A tuberculose latente ocorre quando a pessoa está infectada pelo bacilo, mas não apresenta sintomas e não transmite a doença. O diagnóstico pode ser feito por:

Teste Tuberculínico (PPD – Prova Tuberculínica)

Nesse teste, uma pequena quantidade de proteína derivada do bacilo da tuberculose é injetada sob a pele do antebraço. Após 48 a 72 horas, o profissional de saúde verifica se houve reação inflamatória no local.

Se houver inchaço maior que 10 mm em pessoas saudáveis ou 5 mm em imunossuprimidos, o teste é considerado positivo.

IGRA (Interferon-Gamma Release Assay)

Esse exame de sangue avalia a resposta do sistema imunológico ao bacilo da tuberculose. Ele é mais específico que o PPD e não sofre interferência da vacina BCG. No entanto, ainda não está amplamente disponível no Brasil.

 

4. Exames de Imagem

Radiografia de Tórax

A radiografia do tórax é um exame essencial para avaliar a tuberculose pulmonar. Ela pode mostrar sinais típicos da infecção, como infiltrados pulmonares e cavidades nos pulmões.

No entanto, a radiografia sozinha não confirma o diagnóstico, pois outras doenças pulmonares podem causar imagens semelhantes.

Tomografia Computadorizada

A tomografia é um exame mais detalhado que permite avaliar melhor as lesões pulmonares. É especialmente útil em casos duvidosos ou quando a radiografia não fornece um diagnóstico claro.

 

5. Diagnóstico da Tuberculose Extrapulmonar

A tuberculose pode afetar órgãos além dos pulmões, como gânglios linfáticos, ossos, rins, meninges e intestino. O diagnóstico dessas formas requer exames específicos, como:

  • Biópsia do tecido afetado

  • Análise do líquido cefalorraquidiano (punção lombar) para meningite tuberculosa

  • Ultrassonografia e ressonância magnética para avaliar órgãos internos

 

Como a Tuberculose É Transmitida?

Agora que entendemos o que pode levar uma pessoa a desenvolver a tuberculose ativa, surge uma pergunta crucial: como ela é transmitida?

Transmissão da Tuberculose
Imagem: pmvc.ba.gov.br

A transmissão da tuberculose ocorre principalmente por via aérea, ou seja, através da inalação de gotículas minúsculas que contêm o bacilo de Koch. Uma pessoa com tuberculose pulmonar ativa expele essas gotículas no ar quando tosse, espirra, fala ou canta.

Assim, o contato próximo e prolongado com uma pessoa que está eliminando o bacilo no ar é a principal forma de transmissão.

É importante ressaltar que a tuberculose não se transmite por objetos compartilhados, como talheres, roupas de cama ou vasos sanitários. O bacilo precisa estar no ar para que a infecção ocorra.

No entanto, nem todas as pessoas que inalam o bacilo desenvolvem a doença ativa. Como já mencionamos, o sistema imunológico da maioria das pessoas consegue controlar a infecção.

Nesses casos, a pessoa tem a chamada tuberculose latente, onde o bacilo permanece inativo no organismo, sem causar sintomas e sem ser transmitido a outras pessoas.

Por outro lado, quando o sistema imunológico está enfraquecido, o bacilo pode se multiplicar e causar a tuberculose ativa. Nessa fase, a pessoa apresenta sintomas e pode transmitir a doença para outras pessoas.

É crucial destacar que pessoas com tuberculose latente não transmitem a doença. Apenas indivíduos com tuberculose ativa, principalmente a forma pulmonar, são capazes de disseminar o bacilo no ar.

 

Como prevenir a transmissão da Tuberculose?

A principal forma de prevenir a tuberculose é a vacina BCG, que é gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Contudo a prevenção também envolve uma série de medidas que visam reduzir o risco de infecção através do diagnóstico precoce, tratamento completo e melhoria das condições ambientais são cruciais para reduzir a propagação dessa doença.

  • Diagnóstico e tratamento precoce: Identificar e iniciar o tratamento de pessoas com tuberculose ativa o mais rápido possível é essencial para reduzir a eliminação do bacilo no ar.
  • Tratamento completo: Garantir que os pacientes com tuberculose ativa completem o tratamento pelo tempo adequado para eliminar completamente o bacilo e deixar de transmitir a doença.
  • Ventilação dos ambientes: Manter os ambientes bem ventilados, abrindo janelas e portas, permite a dispersão das gotículas contaminadas.
  • Medidas de higiene respiratória: Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, preferencialmente com um lenço descartável ou com o antebraço, pode ajudar a reduzir a disseminação de gotículas.
  • Investigação de contatos: Identificar e examinar pessoas que tiveram contato próximo com um caso de tuberculose ativa para verificar se foram infectadas e, se necessário, oferecer tratamento preventivo.
  • Vacinação BCG: A vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) é oferecida gratuitamente no Brasil e protege contra as formas mais graves da tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar, principalmente em crianças.

 

Quais são os perigos da Tuberculose?

A tuberculose é uma doença grave que pode ter sérias consequências para a saúde se não a diagnosticarem e não a tratarem adequadamente.

Embora a forma pulmonar seja a mais comum, o bacilo de Koch pode afetar praticamente qualquer órgão do corpo, como os gânglios linfáticos, os ossos, as articulações, os rins, o cérebro e as meninges (membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal).

Portanto, as manifestações clínicas da tuberculose podem ser bastante variadas, dependendo do órgão afetado. No entanto, os sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar ativa incluem:

  • Tosse persistente por mais de três semanas, que pode ser seca ou com secreção;
  • Febre baixa, geralmente no final da tarde;
  • Sudorese noturna;
  • Perda de apetite e de peso;
  • Cansaço e fadiga;
  • Dor no peito ao respirar ou tossir;
  • Em alguns casos, pode haver escarro com sangue.

Se não a tratarem, a tuberculose ativa pode progredir e causar danos graves aos órgãos afetados, levando a complicações sérias e até mesmo à morte.

A tuberculose pulmonar não tratada pode causar cicatrizes nos pulmões, dificuldade respiratória crônica e outras sequelas. A tuberculose em outros órgãos também pode ter consequências graves, como meningite tuberculosa (inflamação das meninges), que pode causar danos neurológicos e ser fatal.

Ademais, a tuberculose em pessoas com HIV/AIDS pode ser particularmente agressiva e difícil de tratar, devido à fragilidade do sistema imunológico. A coinfecção HIV/tuberculose aumenta o risco de ambas as doenças progredirem rapidamente e de surgirem formas mais graves da doença.

Assim sendo, é fundamental estar atento aos sintomas e procurar um médico imediatamente caso eles apareçam. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações e garantir a cura.

Para mais informações sobre os perigos da tuberculose e suas complicações, você pode consultar a Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/tuberculosis

 

Tratamento da Tuberculose

A boa notícia é que a tuberculose tem cura! O tratamento da tuberculose ativa é feito com uma combinação de antibióticos, geralmente quatro medicamentos diferentes, que o paciente deve tomar diariamente por um período de pelo menos seis meses.

A duração e os medicamentos específicos podem variar dependendo da forma da tuberculose, da presença de resistência aos medicamentos e de outras condições de saúde do paciente.

É crucial que o paciente siga o tratamento rigorosamente, sem interrupções e pelo tempo determinado pelo médico.

A interrupção precoce ou a tomada irregular dos medicamentos pode levar à falha do tratamento, ao desenvolvimento de resistência aos antibióticos e à persistência da doença.

A tuberculose resistente a medicamentos é uma forma mais grave e difícil de tratar, exigindo esquemas terapêuticos mais longos e com medicamentos mais tóxicos.

Durante o tratamento, o paciente geralmente sente melhora em algumas semanas, com a regressão dos sintomas. No entanto, é fundamental continuar tomando os medicamentos pelo tempo total prescrito para garantir a eliminação completa do bacilo e evitar a recidiva da doença.

Além do tratamento medicamentoso, é importante que o paciente com tuberculose ativa adote alguns cuidados, como:

  • Manter uma alimentação saudável e equilibrada;
  • Descansar e evitar esforços excessivos;
  • Manter os ambientes bem ventilados, especialmente onde passa mais tempo;
  • Seguir as orientações médicas e comparecer às consultas de acompanhamento.

 

Dicas Importantes

É importante ressaltar que o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil oferece o tratamento de forma gratuita. As unidades de saúde fornecem os medicamentos e acompanhamento médico e de enfermagem necessários para o sucesso do tratamento.

No caso da tuberculose latente, o tratamento preventivo com um único antibiótico (geralmente a isoniazida) por seis a nove meses pode ser recomendado em algumas situações, como para pessoas que tiveram contato próximo com um caso de tuberculose ativa, pessoas com HIV/AIDS e crianças pequenas infectadas. O tratamento da latente tem como objetivo prevenir o desenvolvimento da doença ativa.

Portanto, se você foi diagnosticado com tuberculose, siga as orientações médicas à risca e não hesite em tirar todas as suas dúvidas com a equipe de saúde. O tratamento adequado é a chave para a cura e para interromper a cadeia de transmissão da doença.

 

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Tuberculose tem cura?

Sim, tem cura! O tratamento com antibióticos cura a maioria dos casos, desde que o paciente o siga corretamente e pelo tempo determinado pelo médico.

 

2. Como sei se tenho tuberculose?

Os sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar ativa incluem tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa, sudorese noturna, perda de peso e cansaço. Se você apresentar esses sintomas, procure um médico para avaliação e diagnóstico.

 

3. A tuberculose é contagiosa?

Sim, a tuberculose ativa, principalmente a forma pulmonar, é contagiosa e pode ser transmitida pelo ar quando a pessoa infectada tosse, espirra ou fala. A tuberculose latente não é contagiosa.

 

4. Posso pegar tuberculose ao compartilhar objetos com alguém que tem a doença?

Não, essa doença não se transmite por objetos compartilhados. A transmissão ocorre principalmente pela inalação de gotículas contendo o bacilo no ar.

 

5. O tratamento da tuberculose é demorado?

Sim, o tratamento da forma ativa geralmente dura pelo menos seis meses, com a combinação de vários antibióticos. É fundamental seguir o tratamento completo para garantir a cura e evitar a resistência aos medicamentos.

 

6. Onde posso fazer o tratamento para tuberculose?

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o tratamento de forma gratuita em unidades de saúde em todo o Brasil.

 

7. Existe vacina contra a tuberculose?

Sim, existe a vacina BCG, que o Brasil oferece gratuitamente e protege contra as formas mais graves da tuberculose em crianças.

 

8. Pessoas com HIV têm mais risco de ter tuberculose?

Sim, pessoas com HIV têm um risco muito maior de desenvolver tuberculose ativa após a infecção pelo bacilo, devido ao enfraquecimento do sistema imunológico causado pelo vírus.

 

9. Se eu tiver tuberculose latente, preciso fazer tratamento?

Em alguns casos, o tratamento da tuberculose latente é recomendado para prevenir o desenvolvimento da doença ativa, especialmente em pessoas com maior risco, como contatos de casos ativos e pessoas com HIV.

 

10. O que posso fazer para prevenir a tuberculose?

Manter os ambientes bem ventilados, procurar atendimento médico em caso de sintomas respiratórios persistentes, garantir que pessoas com tuberculose ativa iniciem e completem o tratamento, e a vacinação BCG em crianças são medidas importantes para a prevenção.

 

Esperamos que este artigo tenha sido útil e esclarecedor para você. Lembre-se, a informação é uma poderosa ferramenta na luta contra essa doença.

Cuide da sua saúde e compartilhe este conhecimento com seus amigos e familiares. Juntos, podemos construir um futuro livre dessa doença!

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