Se você chegou até aqui, provavelmente está em busca de respostas sobre diálise e hemodiálise.
Talvez você tenha ouvido esses termos recentemente ou esteja tentando ajudar alguém próximo.
Não importa o motivo, você está no lugar certo!
Vamos conversar sobre os diferentes tipos de terapia renal substitutiva (TRS), quando cada um é indicado, os riscos envolvidos e os cuidados essenciais para viver com mais qualidade.
Afinal, o que é diálise?
Antes de falarmos sobre as diferenças entre diálise e hemodiálise, é crucial entender o que exatamente é diálise.
Em resumo, a diálise é um tratamento que substitui as funções dos rins quando eles não conseguem mais realizar seu trabalho. Mas por que isso é tão importante?
Porque nossos rins desempenham várias funções vitais, como filtrar toxinas, equilibrar os níveis de água e sal no corpo e controlar a pressão arterial.
Assim que os rins começam a falhar, o corpo acumula resíduos e líquidos que podem ser extremamente prejudiciais.
É exatamente neste momento que a diálise entra em cena para ajudar o organismo a manter seu equilíbrio.
Portanto, a diálise é indispensável para pacientes com insuficiência renal avançada.
Quais são os tipos de diálise?
Agora que você sabe o que é diálise, surge a próxima pergunta: quais são os tipos?
De maneira geral, existem dois métodos principais: hemodiálise e diálise peritoneal. E embora ambos tenham o mesmo objetivo, o funcionamento e as características de cada um são bem diferentes.
Vamos explorar isso juntos?
1. Hemodiálise: o método mais conhecido
A hemodiálise é, sem dúvida, o tipo de diálise mais comum e amplamente realizado em clínicas especializadas ou hospitais.
Nesse método, uma máquina faz o trabalho de filtrar o sangue, removendo as toxinas e o excesso de líquidos.
Como funciona?
Durante a hemodiálise, o sangue é retirado do corpo por meio de um acesso vascular, passa por um filtro chamado dialisador (que funciona como um “rim artificial”) e, em seguida, retorna ao corpo.
Todo esse processo é realizado de forma controlada e segura, garantindo que o sangue seja limpo de maneira eficaz.
Quanto tempo dura?
Cada sessão de hemodiálise costuma durar entre 3 e 4 horas. E, geralmente, o tratamento é feito três vezes por semana. Ou seja, é um compromisso regular na vida do paciente.
Quando a hemodiálise é indicada?
Ela é indicada, sobretudo, para pacientes com insuficiência renal crônica avançada.
Além disso, é utilizada em emergências, como na insuficiência renal aguda, casos de intoxicação severa ou desequilíbrios extremos de eletrólitos.
Saiba mais em: Doenças Renais: Causas, Sintomas, Tratamentos e Prevenção
2. Diálise peritoneal: mais autonomia para o paciente
Por outro lado, temos a diálise peritoneal, que oferece mais flexibilidade e autonomia ao paciente.
Isso porque, diferentemente da hemodiálise, ela utiliza o peritônio (revestimento interno do abdômen) como filtro natural para remover toxinas e líquidos.
Como funciona?
Neste método, uma solução chamada dialisato é introduzida no abdômen por meio de um cateter.
Essa solução atrai as toxinas e o excesso de líquidos do sangue, utilizando o peritônio como um filtro. Após algumas horas, o líquido cheio de resíduos é drenado e substituído por uma nova solução.
Quais são os tipos?
1. CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua): Neste tipo, as trocas de solução são feitas manualmente, várias vezes ao longo do dia.
2. DPA (Diálise Peritoneal Automatizada): Já neste caso, uma máquina realiza as trocas automaticamente, geralmente em casa e durante a noite, enquanto o paciente dorme.
Quando a diálise peritoneal é indicada?
Ela é ideal para pacientes que buscam mais independência ou que têm dificuldade em acessar clínicas regularmente.
Além disso, é uma ótima opção para pessoas com problemas no acesso vascular, o que dificulta a hemodiálise.
Quando a diálise é necessária?
Mas afinal, em que momento a diálise deve ser iniciada?
Essa é uma pergunta importante, e a resposta depende do estado dos rins e dos sintomas apresentados pelo paciente.
As principais indicações incluem:
1. Insuficiência renal crônica:
Quando os rins funcionam a menos de 15% de sua capacidade, a diálise é fundamental para evitar complicações graves.
2. Insuficiência renal aguda:
Em situações de falha súbita dos rins, como após infecções graves ou traumas, a diálise pode ser necessária temporariamente.
3. Acúmulo de toxinas no sangue:
Se os níveis de ureia, creatinina e outros resíduos ficarem muito altos, a diálise ajuda a eliminar essas substâncias perigosas.
4. Desequilíbrios de eletrólitos:
Níveis excessivamente altos de potássio no sangue, por exemplo, podem causar problemas cardíacos graves e precisam ser tratados com urgência.
Saiba mais em: Terapia Renal Substitutiva: O que é? Diagnóstico e Exames
Exames geralmente realizados para detectar problemas renais
- Exame de urina
A análise da urina pode revelar anormalidades renais, como a presença de proteínas, glicose, cristais, leucócitos e quantidade de creatinina presente na urina.
- Exame de sangue
A análise de amostras de sangue pode avaliar a função renal, através da dosagem de creatinina, ureia, ácido úrico, sódio, potássio, cálcio, fósforo, colesterol, entre outras.
- Exame de imagem
Riscos na hemodiálise:
- Queda de pressão arterial durante ou após as sessões;
- Cãibras musculares;
- Infecções no acesso vascular;
- Anemia causada pela perda de sangue.
Riscos na diálise peritoneal:
- Peritonite (infecção no peritônio);
- Problemas no cateter, como infecções ou deslocamentos;
- Drenagem inadequada da solução.
Porém, esses riscos podem ser minimizados com os cuidados certos e acompanhamento médico regular.
Dicas para viver bem durante a diálise
Manter uma boa qualidade de vida durante o tratamento é possível, mas exige dedicação e atenção aos detalhes do dia a dia. Por isso, separei algumas dicas práticas para te ajudar:
1. Adote uma alimentação balanceada:
Reduza o consumo de sódio, potássio e fósforo. Além disso, ajuste a ingestão de proteínas conforme orientação médica.
2. Controle a ingestão de líquidos:
Beber muito líquido pode causar inchaços e sobrecarregar o coração e pulmão, especialmente para quem faz hemodiálise.
3. Cuide do acesso vascular ou cateter:
A área da inserção do cateter deve permanecer sempre limpa e seca. Qualquer sinal de infecção, como vermelhidão ou dor, relate ao médico imediatamente.
4. Pratique exercícios físicos leves:
Atividades como caminhadas ajudam a melhorar a circulação e manter o corpo ativo.
5. Converse sempre com seu médico:
Não hesite em tirar dúvidas ou relatar desconfortos. O diálogo aberto é fundamental para ajustar o tratamento às suas necessidades.
Qual é a melhor opção?
Diálise peritoneal ou hemodiálise?
Essa pergunta só pode ser respondida pelo médico nefrologista, baseado em uma consulta onde será solicitado os exames necessários para avaliar o estado clínico e particularidades de cada paciente.
Como escolher o melhor tratamento para você?
Escolher entre hemodiálise e diálise peritoneal depende de vários fatores, como estilo de vida, condições de saúde e preferências pessoais.
O mais importante é conversar com seu médico nefrologista para encontrar a opção que melhor se adapta às suas necessidades.
Lembre-se de que cada método tem seus pontos fortes e limitações, e o mais importante é garantir que você se sinta confortável e confiante com a escolha.💙